A audiência ocorreu na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado no dia 30 de junho de 2015 às 9h e foi convocada pelo Senador Paulo Pain.
Os participantes da audiência pública destacaram a necessidade de regulamentar a profissão e evitar abusos, como a baixa remuneração e o assédio moral.
Representantes de sindicatos, do Ministério do Trabalho e do Poder Judiciário, além de pesquisadores, explicaram aos senadores que os trabalhadores do setor de telemarketing, muitos jovens no primeiro emprego, sofrem problemas de saúde, físicos e emocionais, devido às condições de trabalho que encontram nas empresas.
Segundo o médico e auditor do trabalho Airton Marinho da Silva, baixa remuneração, pressão por resultados, locais de trabalho insalubres e controle dos supervisores até sobre as pausas para o uso do banheiro e alimentação são os responsáveis pelo alto índice de afastamentos por doenças.
— Do ponto de vista da saúde do trabalhador, é um tipo de trabalho que gera riscos a saúde mental, à saúde vocal, à saúde auditiva e à saúde muscular, pelo fato de ficar preso num lugar muito estreito durante muito tempo em posições desconfortáveis — disse o médico.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telemarketing de Campinas, Vivian dos Santos Queiroz, disse que a definição de um piso salarial nacional e a regulamentação da profissão vão ajudar a combater a situação de abuso.
— Uma lei estabelecendo um piso digno, estabelecendo a salubridade no setor e a regulamentação da categoria são itens primordiais para mudar a situação — declarou Vivian.
Fazendo uso da palavra, o representante do SINTELMARKETING/PE, companheiro Thiago Santos denunciou a morte da nossa colega de trabalho Barbara Monique, funcionária da AlmaViva em Aracajú-SE que veio a óbito devido a ausência de atendimento médico adequado na empresa a após uma discussão com seu supervisor onde foi convidada a pedir demissão. Além disso, Thiago denunciou as manobras no pagamento da Remuneração variável da Contax e alto índice de adoecimento por condições inadequadas de trabalho, desrespeitando a NR-17.
— Não vamos esquecer de Bárbara Monique e não vamos deixar que se repita. Temos que nos unir e lutar, lutar por melhores condições de trabalho, por melhores salários e contra a exploração capitalista, em defesa do socialismo. Encerrou Santos em seu discurso.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, a situação de precariedade é um exemplo dos efeitos negativos da terceirização da mão de obra.
— Todos aqui foram brilhantes e estão dando depoimentos que vão nos ajudar muito nessa cruzada que estamos fazendo em nível nacional contra a terceirização — afirmou o senador.
A expectativa da categoria é a apresentação de uma proposta para um projeto de lei de regulamentação da profissão.
Na foto (da esquerda para a direita): Thiago Santos (presidente do Sintelmarketing - PE); Gregório Gould (coordenador da sub-sede ABC do Sintratele-SP); Senador Paulo Pain; Ana Paula (Sintelmarketing - Mossoró-RN); e João de Moura (Fitratelp). Essa mesa contou também com a presença de Jardel Wandson (Sinttel-PB).
Estiveram presentes ainda: Vivian (Sintratel-Campinas), Anderson (Sinttel- CE), Rêneo (Sinttel-Rio), Thiago (Sinttel-MG), Luzenira (Sinttel-PB) e Geraldo Coan (Sinttel-DF).
http://www12.senado.leg.br/noticias/videos/2015/06/comissao-de-direitos-humanos-analisa-condicoes-de-trabalho-em-telemarketing
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