18 de abril de 2017

Operadores de telemarketing constroem o SINTELMARKETING para lutar!

"O Sintelmarketing finalmente obteve na Justiça o direito de obter o Registro Sindical, no dia oito de março deste ano em decisão do Tribunal Regional do Trabalho"

Os capitalistas donos das empresas de telemarketing procuram pagar salários mais baixos possíveis para oferecer o serviço aos contratantes pelo menor preço e ainda assim conseguirem os maiores lucros. Obrigam os empregados a atingirem a máxima produtividade sempre sob a ameaça do desemprego além de praticarem assédio moral e desrespeitarem a legislação quando controlam a ida ao banheiro e descontam da produtividade dos empregados os dias de atestado médico.

Para lutar contra os abusos, os baixos salários e a superexploração em Pernambuco a categoria decidiu fundar o Sindicato dos Operadores de Telemarketing (Sintelmarketing/PE), em março de 2009. Uma imensa batalha passou a ser travada no âmbito do Ministério do Trabalho patrocinada pelo Sinttel-PE contra a concessão do Registro Sindical para o Sintelmarketing/PE. Outra batalha foi travada na Justiça do Trabalho, buscando o reconhecimento da possibilidade de separação dos operadores de telemarketing do sindicato de telecomunicações.

Thiago Santos (Sintelmarketing/PE) no ato contra a retirada de direitos trabalhistas 15/03/2017


Mas, a batalha mais importante é a que vêm sendo travada nas portas das empresas. Enquanto briga pela obtenção do Registro no MTE e na Justiça, os dirigentes do Sintelmarketing tem procurado obter o reconhecimento mais importante que é o reconhecimento dos trabalhadores. A maneira de obter esse reconhecimento é travando as lutas em defesa dos direitos trabalhistas e contra os baixos salários.

Quatro meses após a fundação, o Sintelmarketing mostrou para que veio: organizou os funcionários da Provider no município de Caruaru, para a realização da primeira greve da categoria que durou quatro dias, de 29 de julho a 1º de agosto.

Graças a essa mobilização, os trabalhadores obtiveram melhorias na campanha salarial. Nem a traição do Sinttel-PE (sindicato que representava os operadores de telemarketing até então e que sempre prejudicou os trabalhadores nas negociações com os patrões), nem a truculência da Polícia Militar (que espancou várias pessoas, prendeu e processou quatro companheiros) e menos ainda o autoritarismo patronal que demitiu vinte e cinco empregados durante a greve impediram o Sintelmarketing de obter conquistas. Após acionar a Justiça do Trabalho, o sindicato conquistou a reintegração dos dirigentes sindicais demitidos e ainda a indenização no valor de R$ 5 mil para as pessoas que foram demitidas por participar da greve.

Em julho de 2013, convocados pelo Sintelmarketing, os empregados da Contax participaram da greve geral convocada pelas centrais sindicais. Na Provider, realizaram a primeira greve estadual paralisando as atividades em Recife e Caruaru em 2014. Na Teleinformações fizeram greve e passeata, também em 2014. Além de várias panfletagens, denúncias com carro-de-som e queixas junto ao Ministério Público do Trabalho e Ministério do Trabalho, como as denúncias de deram origem a fiscalização que interditou a Contax por irregularidades em janeiro de 2015.
Em 2016 o Sintelmarketing participou das lutas contra a imposição do governo ilegítimo de Michel Temer e contra o projeto de lei das terceirizações; e, em 2017 foi às ruas contra a reforma da previdência. No último dia 15 de março realizou um ato na porta do maior call center da capital pernambucana contra o fim da aposentadoria.

Sempre defendendo os trabalhadores oferecendo assessoria jurídica para ingressar com reclamações trabalhistas e participando das disputas para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas empresas, o Sintelmarketing finalmente obteve na Justiça o direito de obter o Registro Sindical, no dia oito de março deste ano em decisão do Tribunal Regional do Trabalho que manteve a sentença da 1ª Instância.

A luta dos operadores de telemarketing para terem um sindicato combativo é para defender a nossa categoria contra a exploração capitalista, por melhores salários e condições de trabalho. Seguiremos fortalecendo a ação sindical junto à categoria e buscando a unidade da classe trabalhadora contra os ataques dos patrões.

Thiago Santos, Presidente do Sintelmarketing/PE

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